Após fracasso pelo terceiro ano seguido de projeto de lei que regulamentaria o esporte no estado, organização alega que proibição é inconstitucional
Após mais uma tentativa frustrada de legalizar as artes marciais mistas (MMA) no Estado de Nova York, o UFC vai levar a questão à Justiça. A organização, em conjunto com lutadores, fãs, treinadores e outras pessoas envolvidas no MMA, entrou com uma ação judicial na Corte Distrital do Sudeste de Nova York nesta terça-feira, contestando a constitucionalidade de uma lei estadual que proíbe eventos profissionais de MMA e atividades associadas no estado.
A ação alega que a proibição viola várias provisões da Constituição dos EUA, incluindo a Primeira Emenda, a Cláusula de Proteção Igual e a Cláusula do Devido Processo. Especificamente, a alegação é de que a proibição infringe os direitos dos lutadores que desejam exibir publicamente suas habilidades e se expressarem ante audiências ao vivo, os direitos dos fãs que gostariam de ver eventos profissionais de MMA ao vivo, e os direitos daqueles que treinam, divulgam e trabalham com o MMA em Nova York.
- O MMA hoje é tão seguro ou mais do que muitos outros esportes e atividades sancionadas em Nova York, como o boxe, por exemplo, porque permite aos lutadores bater (desistindo do combate) honrosamente, e envolve bem menos choques. Todas as disciplinas que formam as artes marciais mistas são praticadas ao vivo em Nova York, apenas sua combinação que é ilegal - disse Lorenzo Fertitta, co-proprietário do UFC.
O MMA é proibido no Estado de Nova York desde 1997, quando o esporte ainda era ilegal em vários outros estados. Desde então, a modalidade foi regulamentada e aceita na maioria dos estados americanos. Neste ano, um projeto de lei para regulamentar o MMA parou na Assembleia do Estado de Nova York, antes que pudesse ser votada pelo plenário. Foi o terceiro ano consecutivo em que um projeto desta natureza morreu antes de chegar à votação.
- Apesar de esforços legislativos sinceros, a proibição permanece, baseada numa interpretação falha da suposta "mensagem violenta" do esporte. Este raciocínio é uma violação evidente da Primeira Emenda. Em eventos ao vivo, os lutadores exibem seus talentos, comunicam suas convicções, mostram respeito por seus oponentes e à arte e tradição do MMA, e passam a importância da disciplina, treinamento e trabalho duro - declarou Barry Friedman, professor de lei constitucional da New York University School of Law e co-conselheiro da firma que representa o UFC na ação. - É irônico que Nova York - em muitas maneiras a casa da expressão livre, da mídia global e do mundo da arte - negaria a alguém sua liberdade fundamental de expressão. A proibição é contrária a tudo que Nova York representa. Não há base legal para esta proibição inconstitucional persistir.
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